Ideologias – mentira e fato

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Nosso mundo é construído de escolhas. Apesar da frase soar como aparente obviedade, não se pode tratar o assunto como coisa trivial! As escolhas definem nosso mundo em todos os níveis, seja no âmbito pessoal, seja na esfera da grande coletividade. Neste momento de grande comoção política somos chamados a fazer escolhas. Não apenas isso, somos chamados também a militar por aquilo em que cremos ser a melhor escolha. E assim nasce o embate. Opiniões diferentes se encontram, ânimos se exaltam, amigos se separam…

Forçados a fazer escolhas vez por outra experimentamos esse tipo de desconforto quando escolhas e gostos se conflitam. Não precisaria ser assim se as pessoas fossem maduras e fizessem uma leitura e interpretação “fria” das circunstâncias. Mas, ao contrário, especialmente em se tratando de política, assunto extremamente inflamável, nossas leituras são exageradamente passionais e não raro nos levam à guerra!

Estamos divididos, polarizados, entre esquerda e direita. A princípio a escolha entre uma e outra parece ser simples. Se entrarmos no campo da discussão filosófica e pararmos para dar ouvidos aos intelectuais veremos que o caso é muito complexo. Os argumentos de uma e de outra parte exigem leitura crítica das várias correntes de pensamento político, filosófico, sociológico, e isso pode ser um exercício cansativo e desgastante.

Então, vamos deixar tudo isso pra lá e procurar resumir ao máximo, por meio de uma consideração mais pragmática, mais prática, o que afinal temos diante de nós como escolha: Esquerda e Direita! A maneira mais segura de avaliar essas diferentes propostas é a observação do rastro que as duas ideologias deixaram na história até aqui! Essa é uma consideração empírica que deixa o discurso do lado e verifica os resultados concretos.

Suponhamos que a Esquerda, que no início dos anos 60, inspirada pela revolução cubana, não encontrasse resistência viril para tomar o poder no Brasil… O que seria de nós hoje? Em plena guerra fria a URSS lutava para exportar a ideologia comunista a todos os cantos do mundo e com o êxito conseguido em Cuba visava tomar a América do Sul. O que seria do Brasil? Como estaríamos hoje?

A Esquerda acusa a intervenção militar de tortura e aponta um número de mortos durante aquele período que não chega a 500! Se tivessem tomado o poder quantos teriam matado no processo de implementação dos seus projetos? Cuba, país minúsculo, após a tomada do poder pelo comunistas, com uma população muito menor que a nossa, registra a morte de vários milhares!!!

Ora, verifique-se a história! A Rússia e as repúblicas da união soviética experimentaram o inferno durante os anos da opressão comunista! O que falar da China? O glamour da grande economia emergente está reduzido a 4 ou 5 cidades modernas. O socialismo socializa a pobreza e é isto que os chineses têm experimentado quando derramam produtos baratos no mercado internacional produzidos por mão de obra escrava!

Veja-se o que aconteceu na Coreia do Norte  que abraçou o comunismo e a Coreia do Sul que escolheu a democracia e o mercado aberto? Ora, falar de fatos e números seria desnecessário! O mundo inteiro sabe o que se tornou uma e outra!!!

Vietnam, Camboja, Angola… Faça-se uma análise dos fatos, observe-se os rastros deixados pelo comunismo nesses países! A Hungria, que livrou-se do comunismo após a queda da URSS, traumatizada, chegou ao ponto de criminalizar o
Comunismo! Sim, é proibido por lá, como quaisquer outras drogas!

Por fim, a tragédia dos nossos vizinhos venezuelanos, o abismo em que foram lançados os argentinos, o drama que vive a pobre Nicarágua, dispensam comentários… São os rastros que deixam um e outro que deveriam contar…

Vamos aos fatos:

•Onde há mais educação, mais saúde, mais respeito aos direitos humanos? 

•Onde estão os menores números em termos de violência, homicídios, estupros, tráfico de drogas? 

•Onde existe plena liberdade de expressão, leis duras e justiça que funciona? 

•Onde estão os mais baixos níveis de corrupção, os mais altos, eficientes e transparentes níveis de governança pública e privada? 

•Onde estão as melhores e mais excelentes empresas do mundo, bem como os melhores ambientes de negócios? 

•Onde se encontram os melhores e mais excelentes centros de ensino para onde os filhos da elite são enviados? 

•Para onde levas e levas de imigrantes se dirigem anualmente buscando desesperada e ilegalmente cruzar fronteiras daqueles lugares que, para eles, seria o paraíso?

Certamente não estamos falando de nenhum país onde o Comunismo colocou as mãos!! Então, não seja um idiota romântico guiado por paixões juvenis na hora de fazer sua escolha! Escolha  com base empírica, com base em fatos concretos… Quem tem um currículo melhor? Onde as coisas funcionam? Para onde as pessoas querem ir? Quais países são mencionados com respeito e admiração nas rodas de conversa entre amigos? Você já viu na sua vida um cidadão comum elogiar a vida em Cuba? Não seja idiota como alguns idiotas intelectuais que insistem em flertar essa ideologia desonesta que mentirosamente promete muito e entrega pouco, muito pouco!
Faça sua escolha baseada em fatos e não em panfletos de propaganda ideológica, na mentira daqueles para os quais a mentira é peça imprescindível em seu modus operandi!

Pobreza, Messianismo Político e Caos

Qualquer pessoa poderia, a julgar por alguns dos meus artigos, chegar à conclusão rápida, de que sou um homem de Direita. Não me sinto confortável com o estereótipo. Mas, se “de Direita” significa a favor da família em seu modelo tradicional e contra o “casamento homossexual”, a favor da orientação pedagógica heterossexual e contra a ideologia de gênero, a favor de um Estado leve e contra o gigantismo estatal, a favor do mérito e contra o paternalismo (ou fisiologismo), a favor da educação e contra a truculência, a favor da liberdade de expressão e contra o amordaçamento dos contrários, a favor da liberdade de credo e contra o cerceamento desta mesma liberdade, a favor do Estado de direito e contra o aparelhamento do Estado por parte de tirenetes oportunistas, então não me incomodaria tanto com o rótulo.

Fato é que sou um homem que já não se acende nem se acirra com as cores e paixões ideológicas. Polarizei política e ideologicamente nos anos verdes da primeira juventude. Quem não o fez? Se você foi um jovem nos anos 80 e usou uma camiseta com a cara do “Che”, saberá do que estou falando. Não diria que os jovens, que à época diziam-se politizados, eram ignorantes. Eram simplesmente ingênuos. Pois hoje não tenho agremiação política. Todas faliram. O esvaziamento ideológico é uma característica marcante do homem pós-moderno mas esse estereótipo tampouco me definiria. O meu caso não se trata de efeito da pós modernidade, ou da modernidade líquida de Zigmunt Bauman. Foi Ortega y Gasset que chamou minha atenção para o desencanto com as paixões ideológicas. Meu encontro com Ortega y Gasset deu-se quando perambulava pelas ruas de Roma em 1993. Em uma frase grafitada em um velho muro da velha cidade o pensador dizia: “Defirnirse di destra, de sinistra, de centro, equivale a autodefinirse imbecille.”

Não faço, com isso, qualquer esforço para defender-me de um enquadramento ideológico. Quem já discutiu política comigo certamente me ouviu atacar a direita com pesadas críticas. Repito, como um mantra, que a elite (política e econômica) brasileira é burra! “Peraí – diria o leitor mais atento -, você estava falando da Direita política e agora está falando da elite… Intercambiando assim os termos você está dizendo que uma e outra coisa são a mesma coisa?” Sim, isto mesmo. A Direta sempre cuidou dos interesses da elite e a elite sempre cuidou dos interesses da Direita. Até aí não há nada de errado. O problema é que a Direita, cuidando dos interesses do capital, nunca lançou um olhar mais cuidadoso sobre o imenso contingente de pobres deste país, nunca teve uma agenda social que atingisse com contundência a perversidade da distribuição de renda no Brasil. E o pobre, mesmo analfabeto, se ressentia.

O ressentimento não era infundado. A casa grande sempre tratou com descaso a senzala. Todos os nossos governantes antes do desastre do lulopetismo, eram egressos da casa grande, das famílias mais abastadas ou das oligarquias políticas dos coronéis da velha escola. Falando em escola, os pobres, sempre escolados na escola da fome, da privação, aguardavam avidamente por alguém que lhes transmitisse o mínimo de consideração, que prometesse e cumprisse as promessas mais singelas e básicas, que lhes ajudasse, mesmo que minimamente, a romperem com a barreira da pobreza na qual se achavam encerrados por gerações, e desse aos seus filhos condições para que não viessem a perpetuar a história de humilhação a que se viram submetidos seus antepassados…

Pois o dia chegou em que um personagem, preenchendo todos os requisitos do messias das classes oprimidas surgiu no cenário e no horizonte da esperança das massas menos favorecidas. Este pequeno roteiro é como uma receita de bolo. É neste mesmo contexto sócio-econômico que se deu a guinada e ascensão de todos os líderes populistas, desde Antonio Conselheiro a Villa, de Lenin a Pol Pot, de Franco a Mussolini, de Castro a Chaves… A lista é grande. O Petismo simplesmente seguiu a receita. Nos dias de seu surgimento, Capitalismo e Comunismo ainda digladiavam-se numa luta encarniçada que havia resultado em revoluções e mortes em por todo o mundo. O Comunismo, que como vimos nos últimos anos, dividiu a sociedade brasileira em vários aspectos, naqueles dias pregava com muito mais vigor a luta de classes, conceito marxista que aponta a tensão e o conflito entre as classes como inevitável e necessário. Em seu delírio, o conflito de classes só termina quando houver uma só classe. Desse modo, nivelam a todos por baixo, reduzindo todos à pobreza. Só assim o Estado pode se apoderar de todos os meios de produção. Na mente comunista, em sua pretensão mirabolante, deve prevalecer apenas uma orientação para conduzir o Estado, que é aquela que procede da cartilha de Marx. Todas as demais devem ser banidas. A ilusão da ditadura do proletariado estava para concretizar-se e o Petismo encontrava-se muito bem posicionado para fazer o melhor uso da oportunidade. Trazia no discurso o vocabulário democrático, mas seus ideais eram outros.

É curioso (e também vergonhoso) ouvir parlamentares comunistas se utilizarem do conceito Democracia e Estado de Direito em sua melopéia no Congresso Nacional (Câmara e Senado). Vimos no último congresso do Foro de São Paulo, em Manágua, na Nicarágua, para nossa vergonha e constrangimento a Senadora Gleisi Hoffmann, que frequentemente recorre aos termos Democracia e Estado de Direito em seus sofríveis pronunciamentos na tribuna do Senado, louvar a ditadura Castrista, e comunicar total apoio do PT ao governo truculento e anti-democrático de Maduro, na Venezuela. Diz a presidente do Partido: “O PT manifesta seu apoio e solidariedade ao governo do PSUV, seus aliados e ao presidente Nicolás Maduro frente à violenta ofensiva da direita contra o governo da Venezuela e condenamos o recente ataque terrorista contra a Corte Suprema. Temos a expectativa que a Assembleia Constituinte possa contribuir para uma consolidação cada vez maior da revolução bolivariana e que as divergências políticas se resolvam de forma pacífica”. Como tal pessoa e tal partido podem falar de Democracia? Em seu ideal comunista não há lugar para opiniões diferentes e divergentes. Como ousam falar em Estado de Direito? Sabemos bem o que aconteceu com a oposição em todos os regimes onde o Comunismo se instaurou!

O discurso esquerdopata que, seguindo o Manifesto Comunista promete a extinção da desigualdade, soa como música aos ouvidos dos pobres. O PT soube, como ninguém, vender sua utopia e explorar o poder de voto deste batalhão de desfavorecidos ávidos por inclusão. Conquistaram milhões dando-lhes aquilo que mais ansiavam. E o que pediam? Ora, não muito. Tanto que, com tão pouco, estavam contentes. Queriam comer frango, tomar refrigerante, comprar um carro, mesmo usado e, em adição, se possível, ver os filhos cursando o ensino superior… Ora, ninguém pode negar que o PT fez isso! por outro lado, ninguém pode afirmar que a Direita jamais fez isso! Neste ponto tenho que repetir que a Direita é burra! Não só isto! Insensível até! Poderia ter feito muito e mais… Alguém poderia dizer: Mas a ideia do Bolsa Família, entre outros programas sociais já existia… Sim, mas era apenas migalha e nunca impressionou ninguém! Se a Elite burra (política e econômica) não mudar seus programas e não voltar os olhos para essa gente, o lulopetismo ainda pode causar muito transtorno. 

Em política, pobre significa arma, oportunidade, poder, capital político. Com um líder que fala a língua da pobreza e conhece a realidade de outros Brasis que não aquele da avenida Paulista, o PT, adotou os pobres com seu discurso paternalista de todos os populismos que viscejam em meio à miséria. Pobreza e Messianismo político sempre resulta em caos, e sempre surge onde há miséria e desinformação. Desse modo, eletrizaram os milhões que os levaria e os manteria no poder por longos e catastróficos 13 anos. Poderiam se perpetuar no poder por décadas se não fossem tão corruptos. A Direita é burra, mas para nossa sorte, a Esquerda também o é! Menos trágico se fossem apenas burros, mas para nosso desespero são burros e desesperadamente corruptos. Aparelharam o Estado e acharam que poderiam fazer o que quisessem sem prestar contas a ninguém, deslumbrados que estavam. Assaltaram os cofres do tesouro, e destruíram com a voracidade de um cardume de piranhas, em pouco tempo, aquilo que, pela herança do governo anterior e pela convergência de fatores positivos dos mercado internacional, haviam colhido. Levaram o país ao caos político e econômico, expuseram a nação ao ridículo e protagonizaram o maior caso de corrupção da história.

Enfim, Coxinhas e Mortadelas, lideranças e militância, são apenas dois flagrantes constrangedores de uma mesma classe política (não necessariamente o povo, mas os Renans, Jucás, Gleisis e Dilmas…) que causa entojo, ascídio, asco, repulsa, fastio, estuação, talassia, aversão, náusea, desgosto, enjôo, e todos os demais adjetivos que o dicionário apresentar como sinônimo. Ou nos esclarecemos politicamente ou continuaremos a passar muita raiva nas mãos de governos sempre perdulários e irresponsáveis, conduzidos por políticos de baixíssimo nível, em quase todos os aspectos. Acredito que já temos sido demasiadamente abusados por essas raposas. É tempo de dar-lhes o troco, sejam as raposas de Esquerda, Direita ou Centro! Sem paixões. Sem estima por agentes da corrupção. Sem imbecilidade política, afinal como disse Ortega y Gasset: “Defirnirse di destra, de sinistra, de centro, equivale a autodefinirse imbecille.”