O Lobo

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Pastor ou Lobo?

Por Luiz Leite

O rebanho ficou à mercê do seu mais voraz predador quando Adolf Hitler ascendeu ao poder na Alemanha, em 1937. Hitler veio para confundir e com um talento arrebatador conquistou a atenção dos milhões de alemães humilhados e inseguros, com sua voz rouca e retórica afogueada e dramática. Em tempos de crise os oportunistas fazem hora extra e se multiplicam aceleradamente. Tony Allan nos conta em seu Livro de Ouro das Profecias, por exemplo, que a astrologia “teve mais praticantes na Alemanha na década de 1920 do que em qualquer outra parte da Europa”.

Hitler, com seu discurso eletrizante e envolvente conduzia os alemães a visualizarem quase que tão bem quanto ele mesmo o sonho megalomaníaco de uma grande Alemanha, diferente do país que saiu da primeira guerra derrotado e ainda mais severamente humilhado pelos termos do tratado de Versalhes. Atordoados pela poderosa metralhadora giratória que era a sua oratória, poucos tinham condições de discernir na escuridão da longa noite em que a Alemanha adentrara, se aquele homem era mesmo o pastor de que a nação necessitava, ou um lobo pronto a conduzir o país ao seu mais terrível pesadelo.

O fato é que o enigma chamado Adolf Hitler tem início no seu próprio nome. “Adolf” significa “lobo nobre”, ao passo que “Hitler” tem origem possível na palavra “hütte” que significa “pastor”. Pastor ou lobo? A história já deu o seu veredicto. O nome entrou, à força, na galeria daqueles que realizaram grandes feitos. Se não fosse por um único erro estratégico cometido por Hitler, que a exemplo de Napoleão investiu contra as terras russas, provocando o velho urso, possivelmente o mapa geopolítico do mundo hoje teria outra feição.

Adolf Hitler foi um dos grandes realizadores que deixou uma marca indelével na história da humanidade. Enquanto houver mundo, o nome desse homem incrível será mencionado, livros continuarão sendo publicados e a sua figura enigmática continuará atraindo a curiosidade de milhões. O reconhecimento de estadistas do mundo todo de que ele foi um grande líder, um exímio estrategista, na verdade é o louvor a ele devido pelos seus feitos. Entretanto, ninguém, em sã consciência o adoraria. Hitler inspira admiração como líder, mas não inspira devoção como pessoa. Louvamos a alguém por aquilo que essa pessoa faz. Só nos devotamos a ela por aquilo que ela é! Como líder foi notável, como pessoa foi monstruoso!

É bem sabido de todos que Hitler foi um daqueles que se rendeu ao “lado escuro da força” e detém o título nada invejável de super anti-herói número 1. Ninguém, entretanto, poderia negar que Hitler tinha um sonho, um plano, e uma determinação inquebrantável.

Dotado de coragem e intrepidez, traços comuns a todos os grandes estadistas, Hitler provou ser um soldado de valor durante a primeira guerra mundial e foi distinguido com a famosa condecoração da cruz de ferro, por atos de coragem. Ferido duas vezes no campo de batalha, terminou a guerra confinado a um período de convalescença em virtude e prosseguiu sua vida após a guerra vivendo uma vida miserável em país arruinado e sem perspectiva.

Ergueu-se no cenário, e dos destroços e do desespero de uma nação falida abriu caminho entre os escombros para ascender ao poder e construir um nome notável para si. Onde muitos vêem crise e desfalecidos entregam-se de vez à mediocridade e ao pessimismo, os realizadores identificam oportunidades únicas de ascender à plataforma do sucesso.

O lobo nefasto ergueu-se em meio à uma crise sem precedentes e carregou consigo uma nação inteira. HItler alinhou suas forças com a oportunidade. Percebeu que tinha um talento muito acima da média na área da oratória e da articulação política. Tirou vantagem tanto do seu potencial quanto da crise externa, pois não viu crise na crise, antes enxergou possibilidades.

É notório que Hitler obteve o sucesso sonhado. Utilizando-se da ética da personalidade, Hitler encantou os seus seguidores e pouca importância deu à ética do caráter. Cresceu para cima, mas nunca se importou em crescer pra dentro, em crescer, como as árvores, para baixo. A tempestade veio e Hitler caiu. Esse é o fim de todos os que tomam a rota do sucesso  a qualquer custo. Mas não se pode negar que foi um homem de foco e que teve o seu dia de glória!

Trecho do livro O PODER DO FOCO

Maomé e as Mulheres

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Maomé e as Mulheres
Por Luiz Leite

Evidentemente, Maomé não só honrava a mulher mais que qualquer outro homem, mas elevou-a ao status que realmente pertence a ela – uma realização da qual apenas Maomé já foi capaz.” (Sahih Al-Bukhari, apologista muçulmano)

Maomé amava as mulheres. E muito. Amou com tanta sofreguidão que, puxando a sardinha para a sua brasa, abriu uma cláusula especial que lhe favorecesse com respeito a tão nobre questão.

Segundo a Surata 4.3 a regra é: “Podereis desposar duas, três ou quatro das que vos aprouve.”  Mas isso se aplica aos homens comuns. A Maomé, entretanto, foi concedido um privilégio, afinal Maomé é Maomé, né? Segundo o Corão, recebeu uma revelação registrada na Surata 33;50 que diz:

“Ó Profeta, em verdade, tornamos lícitas, para ti as esposas que tenhas dotado, assim como as que a tua mão direita possui (…) bem como toda mulher crente que se oferecer ao profeta, por gosto, e uma vez que o Profeta queira desposá-la; este é um privilégio exclusivo teu, vedado ao demais crentes”.

É óbvio que diante desse veto divino, aos demais pobres mortais ismaelitas só resta um suspiro. Mas poxa vida, já não dá pra se contentar com quatro!! Voce pode ter quatro!! Sossega! Diante dessa concessão as mulheres ocidentais perguntam: “A regra aplica-se às mulheres também? Elas podem ter quatro maridos?? Lógico que não!! Voces ficaram malucas é?

Há muita contradição na emancipação que o Profeta realizou em favor das pobres e oprimidas filhas de Ismael. Certo autor muçulmano defende o fato de que “O Islamismo deu à mulher direitos e privilégios que ela jamais teve em outras religiões ou sistemas constitucionais”.

Privilégios como aquele absurdo do esmagamento do clitoris das meninas porque o prazer sexual não pode ser desfrutado pela mulher. Por causa desse benefício 8.000 meninas engrossam a cada dia as fileiras das mulheres que passaram por aquilo que se chama educadamente de “circuncisão feminina”, principalmente na África e Ásia!

As mulheres são inferiores e terrivelmente ingratas aos favores que seus maridos lhes prestam, razão porque em sua maioria vão parar no inferno. É isso mesmo, no inferno!  O profeta disse: “Foi-me mostrado o inferno e que a maioria dos seus habitantes eram mulheres ingratas”. Perguntaram: “Elas não creem em Alá?” (ou são ingratas a Alá?) Ele respondeu: “Elas são ingratas a seus maridos e ingratas pelos favores e pelo bem (ações caridosas) feitos a elas”.

Outro PROFETA, não muito longe dalí, cerca de 600 anos antes, foi o protagonista de uma cena que tinha uma mulher como coadjuvante de uma trama entretecida pelos homens e seus preconceitos. No evento em foco a Lei se esborrachou diante da Graça!

A mulher que lhe foi trazida deveria ser apedrejada por conta de um adultério (até hoje não se sabe onde foi parar o amante que certamente estava na cena quando se deu o flagrante!) Esperavam dele o veredito, e com esse, o aval para o apedrejamento da pobre. Foram surpreendidos de uma forma tão inusitada que certamente perderam o rumo de casa! Com uma simples frase o PROFETA desarmou a multidão que, envergonhada, deixou ali, aos seus pés, a desafortunada adúltera.

Dirigindo-se à ela perguntou-lhe o SENHOR: “Mulher, onde estão os teus acusadores? Ninguém te acusa?” Respondeu a mulher (certamente desgrenhada e debulhando-se em lágrimas): “Não, Senhor”. Acrescentou o PROFETA: Nem eu tampouco te condeno…vai e não peques mais.”

Deixo pra imaginação do leitor qual seria o veredito daquele que, como dito por um de seus apologetas “deu à mulher privilégios que ela jamais teve”.

Olhando para Dentro

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Olhando para Dentro

Por Luiz Leite

Carl Jung disse uma frase que me provocou o suficiente ao ponto de me levar a um mergulho nos substratos mais profundos da alma. Disse: “Quem olha pra fora sonha, quem olha pra dentro desperta”.

Enquanto tivermos os olhos voltados para fora, nos veremos entretidos com um punhado de ilusões tolas que pouco terão a nos acrescentar. Embalados por fantasias de toda ordem, seremos inevitavelmente feitos reféns das nossas próprias tolices e acumularemos prejuízos irreparáveis em nosso patrimônio existencial. Restará para esses um lamento tardio quando descobrirem que fizeram da sua vida um emaranhado confuso do qual não podem mais escapar.

Olhar pra dentro é despertar. A pergunta que se deve fazer nesse ponto é: “eu quero realmente despertar?” Muitos, por conta de uma configuração psíquica mal estruturada “preferem” permanecer no seu mundo de sonhos, perpetuando na idade adulta as doces fantasias de uma infância remota da qual não conseguem se desgrudar. Regridem constantemente àquele estado ideal de delícias.

Despertar é o início da grande saga. Não é necessário ir à Espanha para fazer o caminho de São Tiago de Compostela, peregrinações religiosas a Meca, Jerusalém, ou Juazeiro, acompanhado de um uma multidão de outros “fiéis”; Tampouco se estabelece contato consigo mesmo através de jornadas místicas, meditação transcendental, experiências alucinógenas, chás psicotrópicos de ayuasca, fraternidades de maluquinhos em busca de uma aventura rasa…

Não, a senda do “conhece-te a ti mesmo”, é uma senda solitária, às vezes inóspita, onde, colocados diante do espelho misterioso que não reflete a aparência mas a essência daquilo que lhe é exposto, teremos finalmente um encontro com o aquele ou aquilo que realmente somos. Nos veremos surpreendidos diante da imagem por trás da forma; possivelmente nos custará acreditar naquilo que nossos olhos contemplarão…

Na jornada rumo ao autoconhecimento vai-se perdendo, à medida que se caminha, bagagens desnecessárias; A altivez perde a pose e a empafia se vê forçada a descer do “salto” no deserto em que se adentra nessa busca; A maquiagem que antes emprestava ao rosto o enfeite cosmético começa a derreter ante o sol da verdade silenciosa das revelações a respeito do outro, aquele estranho que até então desconhecíamos. A artificialidade da beleza agora borrada precisa ser lavada…

Surpresas! supresas na vereda que conduz ao centro… Nem tudo, entretanto, será desconforto e desagrado. Há beleza também há ser encontrada. Será difícil para alguns acreditarem que são e que tem tudo aquilo que essa descoberta poderá revelar. Algumas pessoas terão dificuldade de acreditar no potencial que poderá ser revelado por estarem já há muito tempo nos cárceres da baixa auto-estima, outras acharão difícil crer na baixeza de sua real estatura por já terem se acostumado às altitudes perigosas do orgulho.

O exercício da auto-avaliação é uma ferramenta de grandíssima importância para o indivíduo em seu trabalho de prospecção nas jazidas da alma. Pode ser extremamente desgastante o trabalho de conhecer-se a si mesmo e certamente pode levar tempo, dinheiro e muita disposição. Mas o seu resultado será sempre surpreendente.

Extraído de “VOCE, o Sujeito da Frase” de Luiz Leite